segunda-feira, 8 de novembro de 2010

(Des)humana Civilização



Será que tudo é como é?
Será que por detrás destas paredes
Destes estirões de aço e cimento
Existe coração?

Será que a vida desta cidade
Obra mor da Civilização
Que na verdade é outra selva
Que o leão foi deposto e o homem se fez rei de então

Será que entre nós
Vestidos de civis
Mas de ações barbaras
Somos dotados de amor?

Ou será que o amor
Se mudou pro mato
Onde tudo é puro
Nada é enlatado

E o nosso coração
Que era de carne
Se tornou maquina
Fria, metálica, sem vida?

Tornamo-nos solitários
Em multidão
Cheios de nós
Cegos de todos

Mas me vem o poeta
Louco de pedra
Dizer para todos parassem
Pois uma flor do concreto brotou

Supreso Poeta
Que se fez fascinado
Em contemplar que do cinzento concreto estério
Nasceu tão bela viva flor

E diante de sua fascinação
Perguntei o porque de tanto espanto
Com ocorrido sem efeito
Sem expressão

E ele me mirando diz:

"Se deste concreto duro frio e sem vida
Ousou esta  tão bela flor nascer
Porque não ter esperanças de ver
O amor retornar os corações frios de concreto?"

- Polisto Villa Grande -

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