sábado, 3 de março de 2012

Relatos de um Proletário

Antes da obra, quero por hora me justificar. Meio que larguei este livro aberto onde expresso o quque a inspiração impõe, e não só por abandono meu, já que os meus parceiros foram tão autores deste fato quanto eu, porém invoco o princípio da franqueza, pois não acho certo postar coisas só para ocupar espaço, fazer cena, visto que tenho por principio o ato de postar o que creio ser relevante, que valha a pena, com essência frutifera, já que do contrário , nada agrega, ou pior, só onera, Mediante a justificativa que não me absolverá, boa leitura e eis o meu possível regresso...

Acorda Zé, o sol ainda nem nasceu, mas já levantas, a luta cedo pra ti começas, mordiscas o pão mucho que tens, e se dificil for para engolir, agradeças que o café ralo e frio que ainda te resta para o pão guela abaixo empurrar. E banho frio tomas rápido, acorda te de fato, e pro trabalho já se vai. Ao ponto te encaminhas sobre o passo iluminado da lua que irradia onde a luz dos postes falta.

Ao chegar, teus comapnheiros encontra, acende um cigarro para o tempo passar, quando esfumasse as o ar, vem da estrada mal asfaltada um dos ônibus que tens para pegar, sem luxo, nem frescura, empurras para ser empurrado, e por fim, pra dentro do maquinário que te transportas entras, e de pé haverá de ficar. Cochila Zé, porém não perde o ponto, é este, te engalfinhas entre essa gente para descer.

Vamos Zé, o sol já nasceu e ainda tens muito a caminhar, o emprego te aguarda, corre! Senão a ti não mais esperaras. Chegara quase que atrasado, o patrão não lhe indulgirá, tens que cumprir a meta de produção, pois do contrário, na rua se encontrara desempregado. Labuta Zé, o salário é pouco, mas é o que tens para tua miserável sobrevida, olha a hora, o almoço tera de aguardar, a tarefa ainda resta para terminar.

Ei Zé! Ta cochilando? não tens esse privilégio, o supervisor é severo, não ira perdoar tal desleixo, te ponha nos eixos, vais trabalhar! A sirene proclama em toda fabrica que a labuta por hoje se finaliza, pegas teu cartão, bata o ponto, e ao terminal se encaminhas para tua maloca retornar. Ruma a avenida, porém a batida ira lhe tardar, o oficial não lhe é camarada, te aponta à arma e nno muro te esmurra, depois da sessão de autoritarismo, vai o Zé de roupa amarrotada e cara esmurrada para casa, desfrutar do puco descanso que tem para aproveitar.

Porém num tiroteio inesperado, por uma bala de rota infeliz, fez do Zé o corpo que jazi no asfalto negro que tons de vermelho começa a ganhar, pobre Zé, finalmente iras descansar de fato, maltrapilho, maltratado, largado em cova rasa com uma placa numerada.

Morreu o indigente, que com seu braço fez do trabalho a riqueza dos homens que ainda exploram outros Zés como ele, moradores de malocas nos rincões constituídos de quebradas, barracos e vielas, existências de sobrevida, triste realidade não fictícia das metrópoles de uma nação chamada Brasil.



Zéphiro Guerra