quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cartas a Eternidade

Não vejo a pedra como o empecilho de meu caminho,
a contemplo como futuro ladrilho de minha estrada.
Não temo o eclodir do vulcão e seu emanar em mares de fogo,
visto que o solo que incendiou se colhera uma safra melhor que qualquer estação pudera prover.
 

Não chorei a partida de quem prezava,
pois em mim vivera eterno nas memórias que ei de me lembrar.
Não cultuei o ódio,
pois não é sábio se envenenar por orgulho.
Não justifiquei o erro,

pois isso nunca inocentou alguém.
Amei muito sem ser amado,
pois se privar de amor é morrer sem se perceber.
 

Vivo de erros e acertos,
E não me arrependo dos fatos que me trouxeram.
Escrevo minha vida, como quem zomba da morte,
Pois nestas palavras fraseadas,
da morte me eternizo em lira vivente
que há de ser entoada pelos trovadores que me sucedem


- Zéphiro Guerra - 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Crônicas do Tempo no Teatro Existência



"As engrenagens do relógio cumprem os valseios dos ponteiros sobre a regência das horas por obra composta pelo tempo, obra eterna, que entre os atos deste espetáculo somos meros figurantes, sopros de participação, e os que ficam, só de memória vivem, pois os corpos a muito se foram, senão em outras coisas se transmutaram. 
Cumprindo o meu papel, segundo o roteiro que me foi confiado, neste ato me faço em compasso aos demais particípios, diálogos dos outros contracenos dos que comigo constituem essa epopéia perpétua, que nos há de fazer a vida eterna aspirante de arte. 
Então que demos prosseguimento a este espetáculo de gênero universal que a de perdurar pelos séculos que se seguem, uma única vez encenado, porém nunca acabado."

- Sergio Carvaro Mihdam -