sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crônicas de Aranha Céus – O pecado bate a porta – I Parte

         Acordo as 7h 30min de um domingo por esquecer de desligar a merda do despertador, jogo o com tudo contra o chão, por fim ele para, viro e tento voltar a dormir, inútil, viro e reviro, e sem êxito, me levanto da cama, coloco o roupão, o apartamento esta frio, saio do quarto, sigo pelo corredor até a cozinha, pego meu maço e o isqueiro, vou até a varanda, me sento na cadeira de praia que deixo lá, e coloco meus pés sobre a grade, acendo um cigarro, fumo enquanto olho para a cidade, e fico por um tempo ali, sem pensar em nada, adoro, é como se finalmente provasse do doce néctar da paz, como se fosse imune ao mundo. 
          
         Depois de fumar uns três ou quatro cigarros, vou à cozinha, ver se restou um pouco do jantar de ontem, ligo o radio e o deixo sintonizado numa radio de noticias, esquento o meu prato, pego o e vou à mesa para comer, quando ia me sentar, a campainha toca, vou à porta, e pelo olho-magico vejo uma ruiva estonteante, de olhos anis vividos e mal intencionados, com um vestido negro, curto, de decote generoso e colado ao corpo, de maneira que ressaltava aquele corpo sinuoso e bem apanhado.

          Porém, o curioso é que eu desconhecia aquela ruiva provocante que a minha porta se encontrava, contrariado abro a porta, ela um tanto surpresa pelos meus trajes, pois se percebia que só aquele roupão é que me separava da nudez completa. E sem se apresentar ela vai entrando, e se joga no sofá, e eu a mira lá de forma a interrogar lhe:

- Em que posso ser útil senhorita?! Pergunto a observando.

 - Hahahah.... Sabia que não me reconhecerias, parece que a maconha que nós fumávamos na faculdade lhe custará a memória não?!

           Neste instante um turbilhão de imagens e memórias me veio a cabeça, e diante daquela frase a incógnita ruiva se desmanchava.

 - Guilhermina?! – questiono a com a fisionomia surpresa.

 - Ah! Finalmente, já estava crendo que tinhas esquecido se de mim, o que não seria fácil depois dos fatos que vivemos juntos.

 - Hahaha... De ti não me esqueci, porém, me lembrava de uma Guilhermina de cabelo curto e loira. E além do mais, não estavas em Berlim?!

 - Ah! Estou farta da Europa! Continentezinho arrôgante!

 - Mas não era você que era louca pelo Velho Continente, reduto de mundo civilizado, de vanguarda e mentes abertas?

 - Nem me fale, confesso, estava errada, não que não seja, mas também não é tudo aquilo, eles são xenofóbicos e com complexo de superioridade, veem as brasileiras como putas, se eu não me imponho eles avançam o sinal e fazem o que bem entendem.

 - Ah não, você Guilhermina?! Uma libertina convicta, negando fogo?!

 - Jamais! Porém não sou mulher de se deixar ser mero brinquedo sexual, também quero prazer.

 - Hahahaha... Pelo jeito voltou pra ficar mesmo hein?

 - Parece que já entendeu tudo em Heitor! - e ao falar isso me olhava de forma travessa e leviana.

 - O que a senhorita quer dizer com isso?! – perguntei lhe olhando de forma a estranhar la.

 - Oras, não te lembra do convite que me fizeras há um ano, que caso eu voltasse da Europa e não tivesse onde ficar poderia fazer lhe companhia?

           Putz!! Tinha me esquecido disso, merda, me lembro de quando fiz esta proposta estava pensando no lazer, se é que vocês me entendem, e naquela época eu trabalhava de auxiliar de administração, o que fazia as contas serem pesadas se contarmos o apartamento, comida, luz e outros. Ou seja, uma grana a mais era mais que bem vinda.

           Juntava o útil money a agradável e devassa companhia de Guilhermina. Porém agora a situação é outra, pois tenho um salario bom e aprendi a gostar da liberdade de se viver sozinho. Não dava pra dizer não, nunca fui muito bom em dizer não, e por causa disso, já estive em muitas confusões, a maioria não eram nem minhas.

           E quando ia tentar dizer, me vem um taxista com as inúmeras malas, perguntando a ela onde poderia deixa las, quando vi a cena, vi que desfazer o prometido não resumiria num simples não, e a única alternativa era acatar os fatos, não moro mais só.

           Ela responde que poderia deixar na sala mesmo, que depois ela resolveria isso, vai até ele e o paga, e fecha a porta que eu tinha esquecido aberta. E me pergunta:

 - Aquele quarto vazio ainda esta vazio?!

           Demorei um pouco a responder, atordoado ainda pelos recentes fatos, e percebendo a pergunta dirigida a mim respondo:

 -Sim... sim, mas ainda esta com aquela cama que você odeia.

 - O que?! Não se desfez daquela coisa que você chama de cama ainda?! – reponde ela incrédula.

 -Ora Gui, eu nem uso aquele quarto, por que diabos iria remobiliar lhe?!

 - Filho da Puta! Quando você me convidou pra morar aqui pensava que eu iria dormi aonde, no sofá?!

- Hahahha... Claro que não, dormiria no meu quarto.

 - E você dormiria aonde Heitor?!

           E de forma descarada e com um tom igual respondo:

 - Com você, até porque o quarto é meu.

 - Descarado, então só me convidou pensando nisso né? – retruca entre risadas.

 - Não dispensei esta possibilidade.

           E continuamos a conversar enquanto a ajudava a levar as malas dela no quarto que agora era dela...

 - Dioniso de Aquino -

2 comentários:

  1. Deixa só a Laura saber disso...
    Hahaha

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  2. hahaha, calma, não sabes o futuro desta história, o Aquino me antecipou os fatos, não percam, pois promete. E além do mais a Laura não é nada do Heitor, são para ambos apenas ums pegas.

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