domingo, 17 de outubro de 2010

Torpe a Sedução


E quando a penumbra noite envolte o fadigado guerreiro, que tem o peito flagelado pela veracidade dos fatos, se faz vunerável, cai em pecado, e é consolado maquiavélicamente pela sedutora rendição.

Idiota
Não veies que é inútil esse embate
A luta vossa...
Que ao passo que consolidas um tijolo
Derrubam toda a tua obra
E que o passar dos dias...
Só lhe dão a certeza de tua morte
Ridícula e inglória

Idiota
Desista enquanto lhe resta vida
Arranca-te deste coração
Esta compaixão destrutiva
O próximo não merece
Desista desta gente
Estão fadados a desgraça certa
Foi o que escolheram

E não se encha de esperança
Com os novos filhos que vem a terra
Pois logo serão corrompidos
Se não de imediato
De pouco a pouco
Até que não lhe reste chances alguma
Renuncie ao amor
Renuncie a o que te leva a isso

Caia-te na luxuria
Te embriague de egoísmo
Viva a que tem por direito
E o que não tiver também
Te entorpeça dos prazeres mundanos
Ate ficar anestesiado a realidade
Se desligando de tudo
Feliz corrompido por fim
Condenado por inteiro



- Zéphiro Guerra -

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Triste retrocesso politico

        Mais uma vez o vale tudo eleitoral entra em cena, de um lado o tucano desesperado José Serra, que para ganhar votos grita aos quatro ventos que um cristão verde, e é santinho aqui, e terço lá, e dale demagogia eco-cristã. A Dilma para não perder a liderança renuncia a laicidade do Estado ao declarar uma carta na qual ela não ira afrontar os princípios cristãos, mas que princípios são esses? Como eles estão sendo interpretados? Com todo respeito os cristão de todas as denominações e Igrejas, mas novamente repito aqui, o Estado Brasileiro é regido pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e não pela Bíblia Sagrada.

        E outra, o Presidente da República não tem que ficar agradando certos setores e governando para certos setores, ele tem que cumprir com os deveres que a nossa Constituição impõe a quem usa a faixa presidencial. É triste ver que um momento tão propicio para se discutir o Brasil, como avançar, o que esta errado, como consertar, ser jogado de lado para meras picuinhas retrogradas de natureza doutrinal e dogmática, será que nestas eleições só ganhara quem provar que é cristão mesmo, como outrora se fazia na Europa Medieval? Será que o Papa é que ira outorgar os poderes ao Presidente de vez o povo?

        Sinceramente, vamos discutir educação, porque se candidato pensa num futuro prospero, condições de vida em ascensão e economia forte e crescente, ele só pode estar pensando em como melhorar a educação, sem educação sem futuro. Saúde é outro tema já estereotipado, fica naquele dilema, há eu vou construir tantos hospitais, eu vou construir tantos postos de saúde, sendo que esses postos de saúde eles não deixam com esse nome, eles dão outros, para dizer que o posto de nome tatata foi ele quem fez. Como se investir na saúde fosse caridade de vez dever né.
        
        A questão não é só construir mais equipamentos de saúde, é criar uma rede de saúde de fato, como deveria ser o SUS, uma rede integrada, olha eu preciso de um leito, o paciente é da região tal, ah manda pro hospital. E tem a questão das complexidades, a pessoa esta gripada ou com um problema de baixa complexidade, no posto mesmo pode resolver, a o problema já é uma diabetes, uma hérnia de disco, manda para uma policlínica, lá terá especialistas, e estruturas para o tratamento dos mesmos, agora o caso é grave ou de urgência, dai que se vai ao hospital, porém tem que tratar o camarada no posto para que a doença dele não agrave e lote o hospital, por isso temos que ter não somente instrumentos de saúde como também uma coordenação eficiente destes instrumentos.

       Economia é outra área de importância fundamental, como iremos investir, como levaremos a produção do campo para o porto sem que gere problemas e com rapidez. Como fazer como que a riqueza do país seja revertida para o povo, como vamos melhorar a condição de vida do brasileiro. Como gerar postos de trabalho entre outros.

       Além de temas que batem a porta como a criminalidade, reforma politica, tributária e do judiciário, uma nova constituinte para legislar onde fico faltando lei especifica. E criar ambiente para novos debates afim de esclarecer e aprofundar temas fundamentais que irão surgir com o crescimento desta Nação. 

       Veja como nos limita ficar só debatendo sobre aborto e casamento gay, será que o Brasil só se limita a isso? E o resto, será que não é importante dar mais atenção à educação, saúde, economia & infraestrutura, meio ambiente e segurança? Infelizmente o Brasil será privado destes debates tão fundamentais para o povo, pensem nisso no dia 31 de Outubro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aurora esperançosa


Acordo
Vou à janela
E contemplo o sol
Imponente e majestoso
Erguendo se ao leste
Ligo o radio
E ouso surpreendido
O que o jornalista fala:

“O povo sai às ruas e instala a revolução...
Tomaram o poder e instalaram o governo popular...
No primeiro pronunciamento declaram...
A pobreza e a miséria estão proibidas,
A distribuição das riquezas será imediatamente implementada,
A terra será dividida por imediato,
O capital é do povo,
sua captação não pode onerar o mesmo,
e será usado pra usufruto do povo e somente dele.
Por fim o estado é pelo povo e sua felicidade,
e que se revogue as disposições em contrário...”

Mas desperto
Vejo que fora só um mero doce sonho
Foi ai que vejo o mesmo sol
Majestoso e imponente nascendo ao leste
E neste movimento penso
Será que é hoje?


- Zéphiro Guerra -

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Crônicas de Arranha Céus – O pecado bate a porta – II Parte-Final

- Puta merda Guilhermina, o que você colocou nestas malas?

- Só o necessário!

- Ou seja, um closet no mínimo, hahahahha...

- Engraçadinho o senhor não, palhaço!

- Hahahahha, nervosinha! Onde eu coloco estas duas aqui?

- Ponha perto do armário, e essa menorzinha coloque encima do criado mudo.

- Mas algo sinhá?

- Vou fingir que não escutei isso – retruca ela – Não, é só isso. E alias o senhor não irá se vestir não? Tem uma dama no recinto.

- Hahahaha, já se sinta muito digna por eu estar com este roupão, pois por mim andaria de corpo livre.

- Libertino!

- Vindo da senhorita é um reconhecimento inquestionável.

- O que você quis dizer com isso hein?!

- Hahahhaa, nada, nada, mas e então, já esta empregada ou não?

- Trabalho... hahahahaha, nem morta.

- E então viveras de que?!

- Da minha arte!

- Desde quando prostituição virou a 8° arte?!

- Oh! Vai continuar a sessão de coices ou vai me dar um intervalo para eu recuperar o espirito?!

- Hahahaha, desculpe-me, é que terei que reaprender a viver com outra pessoa sobre o mesmo teto.

- Ih rápido, mas mudando de assunto, você esta namorando a Laura ou ainda estão na roubada do sexo? Alias faz tempo que não a vejo, raramente nos conversávamos pela internet.

- Ah não, se não vai querer ressuscitar isso não, mas que mania é essa que todos têm em achar que somos almas gêmeas, de querer nos casar!

- Calma, só perguntei.

- Continua a ”roubada do sexo“.
- Sabia, mas vocês não mudam mesmo.

- O que a senhorita esta falando, lembra-se daquela promessa de casamento que você e o Beto fizeram?!

- A nem vem, nos estávamos bêbados.

- Mas durou depois mais 3 meses.

- Revanchista!

- Hahhahaha, tuchê senhorita.

- Quer saber, eu vou tomar um banho, depois nós continuamos essa conversa.

- Mas vê se não demora que depois sou eu.

- Vou pensar no seu caso – diz ela me fazendo um dengo de mandona.

          Quanto ela pegava suas coisa e ia em direção ao banheiro, eu voltava à mesa para comer o resto de macarrão que tinha esquentado, como enquanto escuto o noticiário, depois coloco o prato na pia e vou a varanda fumar mais alguns cigarros, e Guilhermina ainda naquele banheiro, e a minha impaciência começa, fumo 6 cigarros e nada dela sair do banheiro, quando o 8° acaba, jogo a bituca no balde, entro no banheiro e penduro o meu roupão no gancho detrás da porta, abro o box e entro no chuveiro junto dela, ela com a cara de raiva e de surpresa dispara:

- Oh, eu tô aqui ainda se não percebeu!

- Tá, mas mediante a sua demora sou obrigado a tomar alguma medida.

- Apressado!

-Ah pronto, agora eu sou o apressado, a senhorita que é lerda.

          Ela resmunga e continua a tomar seu banho, foi ai que comecei a observa la com outros olhos aquele corpo no qual já tinha desbravado por algumas vezes. Porém estava mudada, mais mulher parece, com suas sinuosidades mais ressaltadas, de pele alva, porém nada de exagero, era simétrica, de seios, coxas e bunda formosa, ressaltados pela água que caia sobre ela e deslizava sobre suas curvas, o sabonete a valsar sobre aquele corpo que me começava a despertar vontades, de um olhar observador passou para de um predador antes de ter sua presa sob vosso julgo.

          E conforme a suas mãos passeavam em seu corpo, o meu se preparava para dominar lhe, foi quando ela se virou de forma a ficar de frente a mim, e percebendo o meu olhar e o brilho estranho dele, que a observava.

- Heitor, pare, não ouse.

          Inútil clamor, em andar lento, como um lobo a cercar a presa, me dirigi a ela, que recuava a cada passo de avanço que eu dava, por fim, não tendo mais como recuar, pois já estava contra a parece, me lanço contra ela, que reluta, tentando me afastar, não adianta, na reluta dela meu prazer e minha vontade aumenta, consigo neutralizar sua resistência, forço meu corpo contra o dela, seguro suas mãos contra a parede, e por fim beijo a força, e aos poucos sinto que ela vai cedendo, então solto lhe as mãos, vou mordendo e beijando seu pescoço, quando sinto o cravar de suas unhas em minhas costas, então enfio meu falo latejante e pétreo em seu sexo, meto com força, de forma violenta entorpecido pelo ato e os seus gemidos ao meu ouvido enquanto a água quente do chuveiro cai sobre nós.

          Ao mesmo tempo que lhe fodia com força, ela me beijava de forma voraz, profunda e desvairada, de forma que isso me libertava a animalidade da alma, fazendo com que a fodesse com mais força e brutalidade, ao mesmo passo que seus gemidos se intensificavam, e eu a devorar lhe o colo, provar de seus seios, sentindo o chegar do gozo, dou uma ultima e forte estocada, então gozo ao contra ponto que escuto seu gemido forte e o relaxar do antes tenso e rígido corpo possuído.

          Respiro ofegante, e fico ali ainda ligado a ela, depois de nos desvencilhamos, recebo um tapa.

- Canalha! – diz ela com um tom sedutor na voz.

          E se vira de costas a mim. Vendo a em posição aberta e com o falo ainda insaciado, lhe seguro a cintura ao ponto que ela antevendo o próximo lance fala:

- Heitor, nem pense em fazer isso.

          E eu lhe respondo sussurrando ao seu ouvido.

- Tarde demais, somente aproveite o coito.

          Ao termino disto lhe coitei o abruptamente, ela geme alto, numa mistura de dor e prazer, estoco a de forma incessante e rudemente, profano aquele orifício rosado e apertado, me delicio a cada estocada, e me ébrio a cada gemido que ela soa. Depois que dou a ultima feroz metida, esporro generosamente, me sinto completamente saciado, volto a minha razão, e selo a consumação com um ultimo beijo lento e denso. Ao fim, terminamos de nos banhar, vestimos cada qual seu roupão e vamos cada um para o seu lado. E antes que eu entrasse no meu quarto:

- Não penses que sairás ileso de teu crime Heitor – diz ela com voz de ameaça – Não te esqueças de que o inimigo dorme ao lado – continuou ela...



- Dionísio de Aquino -

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Igrejas e Jornais; lobos autoritários sobre pele de cordeiros democráticos.

          Declaro já de inicio que sim, sou uma pessoa de ideias um tanto socialistas, porém não sou contra o capitalismo, desde que não este vigente, e sim o de Adam Smith, que é mais humano. Resumindo, não sou nem de direita e nem de esquerda, eu de fato humanista, e de fé cristã.

          E como humanista, não abro mão de certos princípios como a ética, a igualdade e a justiça social, a fraternidade, a liberdade, o respeito e o desenvolvimento sócio-econômico-cultural. Sendo assim, não posso me calar diante de certos setores da sociedade brasileira, e dou nomes aos bois, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), a Igreja Católica e Evangélica, os jornais Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e a Veja.

          A CNBB e as igrejas Católicas e Evangélicas por pecar num principio fundamental, politica e religião não se misturam, cada qual com o seu qual, pois ficar fazendo terrorismo dizendo que se a Dilma for eleita, o aborto vai ser legalizado a torto e a direita, dizendo a seus fiéis que não votem nela para que essa “insanidade” não ocorra. Olha eu também sou contra o aborto, porém o país não pode ser furta de debater este assunto, para que possamos esclarecer as coisas, além do mais vendo o aborto como medida que poderia ser evitada, se começa a pensar outros métodos anticonceptivos que não sejam tão evasivos, como a camisinha, a pílula anticoncepcional, e tantos outros, além de campanhas de conscientização sobre este assunto.

          Não que as igrejas não tenham o direito de se manifestar, expressar suas opiniões, muito pelo contrário, mas que somente expressem e não influencie os seus fieis a terem a mesmas opiniões que a igreja, seja ela de que denominação for. O fiel tem a liberdade de ter opiniões divergentes da igreja, e deve se respeitar essa divergência.

          Além disso, o voto pertence ao fiel e não a sua igreja, que ele vote segundo sua vontade e não do sacerdote. Jesus já professava quando perguntado sobre o que ele achava sobre os altos impostos de Cesar:

“ – De a César o que é de César e a Deus o que é de Deus – ” (Mc 12, 17)

          Eu, mesmo que leigo em teologia, vejo esta frase como a seguinte afirmação, o Estado é o Estado e a Igreja é a Igreja, uma não deve interferir na outra, uma não pode se subordinar a outra. O Estado não deve se basear na Bíblia, e sim em sua constituição.

          E não me venham chamar me de petista ou dilmista, até porque eu votei no Plinio para presidente, apenas acho ultrajante essa ação das igrejas que só faz com que a democracia e a liberdade de opinião venha a perder. Cada cabeça uma sentença, como já dizia a minha vó.

          Já as mídias impressas como a da Folha e o Estado de São Paulo, feriram o principio mor do jornalismo, a imparcialidade dos fatos, entre azul e vermelho, a mídia tem que ser transparente, cabe a ela informar e não opinar, quem forma a opinião é o seu leitor, é vergonhoso ver dois grandes jornais se sujeitarem a esta manipulação de opiniões e impor a vontade de seus donos sobre os seus leitores, e a Veja nem se fala, ela é declaradamente parcial, uma ofensa gravíssima a democracia brasileira.

          A estes jornais, não cabe o titulo de jornal e sim de folhetim politiqueiro, que manipula opiniões a fim de ter a sua opinião imposta e colocada como certa, se intitularem senhores da verdade.

          É intolerável o que a direita deste país esta fazendo para impor suas vontades, manipulando, mentindo e terrorizando sobre candidatos que divergem de suas opiniões, fazem do povo massa de manobra, para alcançar as sua vontades, seus egoísmos.

           Triste é a Democracia Brasileira, que tem como membros de sua sociedade, setores tão autoritários, não respeitando a opinião alheia, e vendo a sua como a uma que esta certa. Falam que são a favor da democracia, mas só quando esta vos convém, um dos princípios do regime democrático é o respeito às opiniões divergentes. Respeitar e ter sua opinião respeitada é fundamental para a democracia, do contrário, o voto de cabresto ganha nova roupagem, porém continua sendo incabível e repugnante.

          Brasileiros, no dia 31 de Outubro, vote com a sua consciência, no que você pensa e acredita, e não no que te influenciam ou segundo o pensar dos outros, o voto é seu e você vota em quem quiser, segundo a sua reflexão, seu pensamento, seus ideais, suas escolhas. Não perca esse direito que por muito tempo nos foi tirado, exerça o!

sábado, 2 de outubro de 2010

Trechos de Ruy Barbosa

            Ao magnanimo Sr. Ruy Barbosa, jurista de renome incomparável, constituido de universidades mentais colossais em suas potencias, pai por direito da república brasileira, e patriota nato, em resumo, um homem a frente de seu tempo, um homem atemporal.

         "A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada."

        “Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.”

        “Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde.”

        “Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro.”

        “Eu não troco à justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo.”

        “Amigos e inimigos estão em posições trocadas. Uns nos querem mal, fazem-nos bem. Outros almejam o bem e nos fazem mal.”

        "Uma raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega à alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida."

        “O governo da demagogia não passa disso: o governo do medo.”

        “A existência do elemento servil é a maior das abominações”

        “As leis que não protegem nossos adversários não podem proteger-nos.”
       
        "A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é o maior elemento da estabilidade"


- Ruy Barbosa -

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crônicas de Aranha Céus – O pecado bate a porta – I Parte

         Acordo as 7h 30min de um domingo por esquecer de desligar a merda do despertador, jogo o com tudo contra o chão, por fim ele para, viro e tento voltar a dormir, inútil, viro e reviro, e sem êxito, me levanto da cama, coloco o roupão, o apartamento esta frio, saio do quarto, sigo pelo corredor até a cozinha, pego meu maço e o isqueiro, vou até a varanda, me sento na cadeira de praia que deixo lá, e coloco meus pés sobre a grade, acendo um cigarro, fumo enquanto olho para a cidade, e fico por um tempo ali, sem pensar em nada, adoro, é como se finalmente provasse do doce néctar da paz, como se fosse imune ao mundo. 
          
         Depois de fumar uns três ou quatro cigarros, vou à cozinha, ver se restou um pouco do jantar de ontem, ligo o radio e o deixo sintonizado numa radio de noticias, esquento o meu prato, pego o e vou à mesa para comer, quando ia me sentar, a campainha toca, vou à porta, e pelo olho-magico vejo uma ruiva estonteante, de olhos anis vividos e mal intencionados, com um vestido negro, curto, de decote generoso e colado ao corpo, de maneira que ressaltava aquele corpo sinuoso e bem apanhado.

          Porém, o curioso é que eu desconhecia aquela ruiva provocante que a minha porta se encontrava, contrariado abro a porta, ela um tanto surpresa pelos meus trajes, pois se percebia que só aquele roupão é que me separava da nudez completa. E sem se apresentar ela vai entrando, e se joga no sofá, e eu a mira lá de forma a interrogar lhe:

- Em que posso ser útil senhorita?! Pergunto a observando.

 - Hahahah.... Sabia que não me reconhecerias, parece que a maconha que nós fumávamos na faculdade lhe custará a memória não?!

           Neste instante um turbilhão de imagens e memórias me veio a cabeça, e diante daquela frase a incógnita ruiva se desmanchava.

 - Guilhermina?! – questiono a com a fisionomia surpresa.

 - Ah! Finalmente, já estava crendo que tinhas esquecido se de mim, o que não seria fácil depois dos fatos que vivemos juntos.

 - Hahaha... De ti não me esqueci, porém, me lembrava de uma Guilhermina de cabelo curto e loira. E além do mais, não estavas em Berlim?!

 - Ah! Estou farta da Europa! Continentezinho arrôgante!

 - Mas não era você que era louca pelo Velho Continente, reduto de mundo civilizado, de vanguarda e mentes abertas?

 - Nem me fale, confesso, estava errada, não que não seja, mas também não é tudo aquilo, eles são xenofóbicos e com complexo de superioridade, veem as brasileiras como putas, se eu não me imponho eles avançam o sinal e fazem o que bem entendem.

 - Ah não, você Guilhermina?! Uma libertina convicta, negando fogo?!

 - Jamais! Porém não sou mulher de se deixar ser mero brinquedo sexual, também quero prazer.

 - Hahahaha... Pelo jeito voltou pra ficar mesmo hein?

 - Parece que já entendeu tudo em Heitor! - e ao falar isso me olhava de forma travessa e leviana.

 - O que a senhorita quer dizer com isso?! – perguntei lhe olhando de forma a estranhar la.

 - Oras, não te lembra do convite que me fizeras há um ano, que caso eu voltasse da Europa e não tivesse onde ficar poderia fazer lhe companhia?

           Putz!! Tinha me esquecido disso, merda, me lembro de quando fiz esta proposta estava pensando no lazer, se é que vocês me entendem, e naquela época eu trabalhava de auxiliar de administração, o que fazia as contas serem pesadas se contarmos o apartamento, comida, luz e outros. Ou seja, uma grana a mais era mais que bem vinda.

           Juntava o útil money a agradável e devassa companhia de Guilhermina. Porém agora a situação é outra, pois tenho um salario bom e aprendi a gostar da liberdade de se viver sozinho. Não dava pra dizer não, nunca fui muito bom em dizer não, e por causa disso, já estive em muitas confusões, a maioria não eram nem minhas.

           E quando ia tentar dizer, me vem um taxista com as inúmeras malas, perguntando a ela onde poderia deixa las, quando vi a cena, vi que desfazer o prometido não resumiria num simples não, e a única alternativa era acatar os fatos, não moro mais só.

           Ela responde que poderia deixar na sala mesmo, que depois ela resolveria isso, vai até ele e o paga, e fecha a porta que eu tinha esquecido aberta. E me pergunta:

 - Aquele quarto vazio ainda esta vazio?!

           Demorei um pouco a responder, atordoado ainda pelos recentes fatos, e percebendo a pergunta dirigida a mim respondo:

 -Sim... sim, mas ainda esta com aquela cama que você odeia.

 - O que?! Não se desfez daquela coisa que você chama de cama ainda?! – reponde ela incrédula.

 -Ora Gui, eu nem uso aquele quarto, por que diabos iria remobiliar lhe?!

 - Filho da Puta! Quando você me convidou pra morar aqui pensava que eu iria dormi aonde, no sofá?!

- Hahahha... Claro que não, dormiria no meu quarto.

 - E você dormiria aonde Heitor?!

           E de forma descarada e com um tom igual respondo:

 - Com você, até porque o quarto é meu.

 - Descarado, então só me convidou pensando nisso né? – retruca entre risadas.

 - Não dispensei esta possibilidade.

           E continuamos a conversar enquanto a ajudava a levar as malas dela no quarto que agora era dela...

 - Dioniso de Aquino -