domingo, 5 de dezembro de 2010

Pausa para a Poesia: Humildade - de Cora Coralina

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.


- Cora Coralina -

3 comentários:

  1. Bom muito bom mas tá faltando uma coisa!!!!

    meu presado rapaz!!!

    add meu novo endereço de blog!!!!!

    pega essa

    http://thecartoonisy.blogspot.com/

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  2. Faltares? Deves estar enganado, Cora Coralina escreve multiplicidades em supostos simples versos

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  3. Creio que Cora Coralina em seus versos traduz para nós o que falta a nossa sociedade...humildade...cada dia que passa somos cada vez mais consumidos pela arrogância do ter...do poder...do consumir, que acabamos cegos... o consumismo nos enlouquece e entristece... somos cada vez mais infelizes pela falta do que não temos que esquecemos de dar valor ao que temos e ao que somos...

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